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Eles praticavam esporte. E nós?


 

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A História da Filosofia oferece duas hipóteses para o desenvolvimento do pensamento tal como ocorreu na Grécia Antiga. A primeira diz respeito ao “Milagre Grego”, ou seja, um acontecimento distante de qualquer explicação racional, quase uma intervenção divina. A segunda se refere a um conjunto de elementos convergidos, em tal medida no tempo e espaço, que proporcionaram o florescimento de Sócrates e seus Blue Caps.

Explicações, argumentos e sofismas à parte, o que permeou aquele mundo para além das preocupações genealógicas foi a cultura esportiva. O exercício físico como condição sine qua non para a saúde. Prática e competição atlética como forma de união entre grupos. Formação de conduta ética orientada pelo respeito aos adversários e a competição como um jogo de superação pondo o ser humano, por um instante, em um local divino!

Pensar e jogar; desenvolver inteligência tática; adquirir consciência sinestésica; sentir na pele a importância da hidratação e do sono; ver na coletividade da equipe, o conjunto sem o qual a bola não chega no gol, na sexta, no chão. Mas sentir também que mesmo nas práticas individuais ninguém vence se não tiver a quem dar a mão, ouvir, abraçar e confessar.

Uma sociedade onde os jovens sequer são convidados a aprender regras esportivas, ingressar em equipes e participar de jogos estudantis será capaz de parir seus Aristóteles com suas lógicas e metafísicas?

Em nosso mundo contemporâneo escola e esporte não cabem no mesmo espaço-tempo? Que Platão poderá nos responder?


Rafael Alvarenga

Texto publicado em Cabo Frio, na Folha dos Lagos, em 23 de setembro de 2025.

 

 

 

 
 
 

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